Força-tarefa atua para mitigar impactos sociais e econômicos da paralisação da Usina Santa Elisa

Após o anúncio da Raízen S.A. sobre a descontinuidade das operações da Usina Santa Elisa, em Sertãozinho, SP, uma força-tarefa envolvendo o CEISE Br – Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, a CPL Bioenergia CEISE Br – Cadeia Produtiva Local da Bioenergia, o SENAI Sertãozinho, a ACIS – Associação Comercial e Industrial de Sertãozinho e a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação, foi mobilizada para mitigar os impactos sociais e econômicos da demissão de cerca de 1.200 colaboradores, sendo 234 deles residentes em Sertãozinho. 

Entre as medidas emergenciais, estão ações de qualificação profissional, apoio à recolocação no mercado de trabalho e articulação com o governo estadual, no contexto do programa Trampolim. A iniciativa busca oferecer alternativas concretas aos trabalhadores desligados, com ênfase na manutenção da dignidade, geração de renda e estabilidade social na região. 

“O desligamento em massa de trabalhadores e a suspensão por tempo indeterminado de uma unidade de grande representatividade como a Santa Elisa trazem impactos significativos não apenas no campo social, mas também na dinâmica econômica da nossa cadeia produtiva. Estamos unindo esforços para apoiar os trabalhadores e preservar a força de trabalho que é qualificada, estratégica e essencial para o setor”, afirma Rosana Amadeu, presidente do CEISE Br. 

A entidade, que representa a indústria de base fornecedora de máquinas, equipamentos, tecnologias e sistemas para o setor sucroenergético, acompanha com atenção os desdobramentos da decisão empresarial. Embora reconheça a autonomia da Raízen em suas estratégias corporativas, o CEISE Br alerta para os reflexos que a suspensão da operação pode causar em contratos de manutenção, fornecimento e suporte técnico firmados com as indústrias locais. Para Rosana, “essas situações comprometem a previsibilidade dos negócios e colocam em risco a sustentabilidade operacional de muitas empresas que integram a cadeia local”. 

Mutirão de empregos
Autoridades do Executivo local definiram a realização de um mutirão de empregos, que será organizado pelo Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) em conjunto com o setor privado e instituições parceiras. A Secretaria de Desenvolvimento também intensificou a ponte entre as empresas da cidade e os trabalhadores afetados, com o objetivo de facilitar recolocações imediatas. 

Além disso, o CEISE Br, por meio da CPL Bioenergia, articula com o Governo do Estado de São Paulo a inclusão dos trabalhadores no programa Trampolim – uma nova plataforma digital de recolocação, que conecta empresas e profissionais por meio de vagas, trilhas formativas e recursos de orientação de carreira. 

Qualificação
Outro pilar da força-tarefa é a parceria com o SENAI Sertãozinho para promover capacitação profissional, de acordo com o perfil dos trabalhadores desligados e a grade de cursos oferecida pela unidade. A ideia é ampliar as chances de reemprego com formação técnica alinhada às demandas da indústria regional. 

Rosana Amadeu enfatiza que o momento também exige olhar estratégico para o futuro. “A cadeia da bioenergia segue sendo um pilar da economia de baixo carbono e da transição energética. Continuaremos atuando de forma propositiva para que esse desenvolvimento ocorra com equilíbrio, geração de valor e fortalecimento de todos os elos produtivos”, conclui.