CEISE Br
16 MAI 2025
Seminário da Indústria destaca cadeia produtiva bioenergética e lança a 31ª Fenasucro & Agrocana

Para marcar os 45 anos de sua fundação (celebrados no dia 10 de maio) e o Dia da Indústria (que se comemora no dia 25 de maio), o CEISE Br promoveu na quinta-feira, 15, o Seminário da Indústria 2025, reunindo especialistas, lideranças e representantes do poder público para discutir o tema “Desafios e oportunidades na cadeia produtiva de bioenergias”, com foco em inovação, sustentabilidade e políticas públicas voltadas à transição energética.
“Esse evento tem um significado ainda mais especial para todos nós do CEISE Br. Estamos comemorando quase meio século representando, conectando e fortalecendo a indústria de base — um elo estratégico para o desenvolvimento do setor sucroenergético e, especialmente agora, essencial para a transição energética que o mundo tanto exige”, destacou a presidente da entidade, Rosana Amadeu, em seu discurso.
No painel “Novas Rotas de Bioenergias”, Talyta Viana, coordenadora Regulatória da Abiogás, apresentou dados que reforçam o papel estratégico do setor sucroenergético na produção de biometano. Até 2032, 52,6% das plantas mapeadas terão origem em resíduos desse setor. A estimativa é que a produção possa alcançar 34,9 milhões de m³/dia até 2030. Talyta destacou, ainda, o frete do etanol como uma oportunidade concreta de aplicação do biometano: caminhões movidos a esse combustível podem substituir os veículos a diesel no transporte do produto, oferecendo uma alternativa sustentável, sem aumento de custos para o produtor e com possibilidade de venda do CBIO ou aumento da nota no RenovaBio.
Leonardo Nakamura, engenheiro de Energia da COGEN, falou sobre o conceito de adensamento industrial como uma das principais estratégias para o fortalecimento da cadeia produtiva. Entre os benefícios, estão a maximização da eficiência produtiva, a redução de custos operacionais, a otimização do uso de recursos naturais e energéticos, a geração de empregos qualificados, o desenvolvimento econômico regional, a ampliação da capacidade de inovação e pesquisa e a contribuição para a sustentabilidade ambiental.
Bruno Alves, diretor de Relações Governamentais e Sustentabilidade da UNEM, trouxe uma visão sobre a evolução da produção de grãos no Brasil. Nos últimos sete anos, o volume produzido saltou de 80,71 milhões para 124,70 milhões de toneladas, e a projeção para o período 2033/44 é de 151,14 milhões de toneladas. Ele também apontou a diversificação da oferta de cereais, como sorgo, trigo, triticale e milheto, ampliando as possibilidades de matérias-primas para o setor de bioenergia.
Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, defendeu que a política pública brasileira deve ser orientada por princípios — e não pela escolha de tecnologias específicas. Segundo ele, a diretriz central deve ser o baixo carbono em todo o ciclo de vida. Rodrigues reforçou que a solução brasileira do etanol já é referência global em emissões de gases de efeito estufa (GEE) por quilômetro rodado, e que o país tem potencial para se tornar protagonista na bioeletrificação nos próximos anos.
No segundo painel, “CPL Bioenergia CEISE Br”, Júlia da Motta, subsecretária de Competitividade e Desenvolvimento Econômico e Regional do Governo do Estado de São Paulo, detalhou os avanços do Programa SP Produz e o processo de reconhecimento das Cadeias Produtivas Locais (CPLs), com destaque para os resultados já obtidos em 2024.
Fenasucro & Agrocana
Durante o evento, também foi lançada a 31ª edição da Fenasucro & Agrocana e apresentada a novidade da feira deste ano, a FenaBio, um espaço com foco em energias renováveis, que trará quatro dias de exposição e dois dias de conteúdo técnico. A proposta é ampliar o escopo do evento com temas como biogás, hidrogênio verde, SAF, eficiência energética e captura de carbono.
Com apoio oficial do CEISE Br e organização e promoção da RX Brasil, a Fenasucro & Agrocana acontece entre os dias 12 e 15 de agosto, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho/SP. A edição deste ano contará com mais de 600 marcas expositoras, 3 mil produtos em exibição, compradores de ao menos 60 países - dos setores de bioenergia, etanol de milho, açúcar, alimentos e bebidas, papel e celulose, biodiesel e logística - e mais de 100 horas de conteúdo. A previsão é ultrapassar os R$ 10,7 bilhões em negócios gerados em 2024.
“A 31ª Fenasucro & Agrocana será o ponto de virada para os próximos dez anos do nosso setor. A feira passa a se posicionar como um polo de geração de negócios para novas frentes da bioenergia, com foco em inovação e ampliação das oportunidades comerciais”, diz o diretor Paulo Montabone.
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