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CEISE Br

 16 AGO 2023

Dia 2 da Fenasucro 2023: do campo à indústria; da bioeletricidade à energia feminina

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CEISE Br recebeu, nesta quarta-feira, mais de 50 mulheres que participaram da Expedição Cana Substantivo Feminino

O segundo dia da Fenasucro & Agrocana 2023 começou com grande foco na indústria. O auditório Zanini recebeu o Seminário “Desafios da Automação Industrial no Limiar das novas tecnologias e tendências mundiais”. 

A programação foi aberta pelo norte-americano Donald Bartusiak, presidente da CSI, que destacou a acelerada incorporação de novas tecnologias nas diferentes áreas da indústria. Márcio Venturelli, coordenador técnico do Senai-SP, apresentou a indústria 4.0 e suas potencialidades para aplicações no setor sucroenergético. Segundo ele, o ritmo de inovações é cada vez maior, o que abre um grande universo de possibilidades, mas também é um grande desafio para todos os players da indústria. 

Desenvolvimento tecnológico

“Abordar na Fenasucro 2023 a indústria 4.0 é importante porque está em sintonia com a necessidade de modernização de todos os elos da indústria sucroenergética – da usina, à cadeia fornecedora de equipamentos e tecnologias”, pontua Libanio Carlos de Souza, vice-presidente do CEISE Br e presidente da Nova Smar. 

Souza comemorou a presença, no seminário, de um grande grupo de estudantes do IFS (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) campus Sertãozinho, com o qual a Nova Smar possui parceria focada no desenvolvimento tecnológico e na evolução profissional dos alunos. 

Para Paulo Gallo, diretor da Servserth e ex-presidente do CEISE Br, é muito importante para o setor sucroenergético que a Fenasucro promova um evento com foco em questões como automação industrial e inteligência artificial. Pela relevância do evento, a feira tem condições de dar maior amplitude à divulgação desses temas, que já são muito presentes em outras áreas do conhecimento e que têm tudo para alavancar a agroindústria sucroenergética a um outro patamar. 

Tecnologia de ponta no agro 

Na manhã desta quarta-feira também aconteceu o primeiro dia do Seminário da Stab – “Novas tecnologias para manter a liderança do setor sucroenergético brasileiro” no Auditório Fenasucro, com debates sobre o uso de tecnologias na agricultura, como robótica na operação de atividades agrícolas canavieiras e uso de drones (vantagens e desvantagens). 

Já seguindo dia do Seminário da Stab (17 de agosto) o foco será na área industrial, com palestras e debates sobre biogás, hidrogênio verde, entre outros temas. 

Seminário de Bioeletricidade 

A história da geração de energia a partir da cana-de-açúcar no Brasil começou há mais de 35 anos, na década de 1980, com a Usina São Francisco. Na sequência vieram as usinas São Martinho e a Vale do Rosário. “Hoje temos mais de 240 usinas exportando energia elétrica para a rede a partir da biomassa da cana. E tem grande representatividade esta energia que hoje está no sistema”, afirmou Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), no 13º Seminário da Bioeletricidade e do Biogás Unica/CEISE Br, que faz parte da programação paralela da Fenasucro. 

A importância da bioeletricidade fica evidente ao se visitar vários expositores na feira. Muitas empresas expõem diferentes soluções para o setor sucroenergético com foco na geração de energia, que se tornou um grande negócio para todos os atores da agroindústria sucroenergética. 

Segundo Evandro Gussi, diretor-presidente da Unica, quando se analisa hoje o setor sucroenergético, logo se depara com as diferentes possibilidades que são propiciadas pela agroindústria canavieira, que não apenas estão relacionadas ao bioetanol e à bioeletricidade, mas também ao biogás, ao biometano etc. “Estas diferentes oportunidades estão relacionadas às características e decisões tomadas em cada negócio, mas que só são possíveis porque a agroindústria da cana-de-açúcar é uma fonte de bioenergia.” 

Na visão de Gussi, a bioeletricidade ganha força a partir do debate da segurança energética e da sustentabilidade. “A tendência é termos o crescimento das fontes renováveis no país, mas a energia oriunda da cana-de-açúcar tem suas externalidades e que precisam ser reconhecidas, como potência, despachabilidade e descentralização na geração. 

Na Unica, junto com as associadas, na Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia) e na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o foco é por impulsionar cada vez maior à bioeletricidade da cana-de-açúcar. “E essa atenção qualifica e muito a nossa geração de bioenergia”, diz Gussi. “Mas falta as pessoas conhecerem a relevância e a qualidade dessa energia elétrica que geramos a partir de nossos parques de biomassa. Precisamos vocalizar isso”, acrescenta.

Um dos destaques do Seminário foi a entrega do Certificado/Selo Energia Verde a players que se destacam na área de bioeletricidade no país. “Afinal, estamos falando de uma fonte energética com muitos fatores positivos. Parabéns aos que consomem e aos que fornecem essa energia elétrica, fazendo bem não só para seus negócios, mas sobretudo para o meio ambiente e as próximas gerações”, concluiu Gucci. 

Mulheres de diferentes áreas da cadeia sucroenergética visitam a Fenasucro 2023 

O CEISE Br foi uma das paradas da 6ª Expedição Cana Substantivo Feminino; mais de 60 mulheres participaram da visita à feira 

O dia 2 da Fenasucro & Agrocana 2023 reservou um espaço especial para a diversidade no setor sucroenergético. É que o evento recebeu a 6a Expedição Cana Substantivo Feminino na Fenasucro, em que cerca de 60 mulheres, de diferentes elos da cadeia – entre executivas, pesquisadoras, trabalhadoras do campo e da indústria e estudantes -, percorrendo as ruas da feira para conhecer a movimentação do evento e visitar alguns estandes, podendo fazer networking e ter contato com novas tecnologias. 

Uma das paradas da Expedição foi o estande do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, em que as mulheres foram recepcionadas por Rosana Amadeu, presidente da entidade e diretora da TELOG. “Embora o CEISE Br tenha mais de 40 anos de história, essa a primeira vez temos uma mulher é eleita para ocupar a presidência do CEISE, no final do ano passado. Mas estou aqui recebendo vocês no nosso estande na feira não apenas como presidente da entidade, mas também como empresária, como filha, como mãe, e como pessoa apaixonada por este setor”, frisou Rosana, ao saudar as participantes da Expedição. 

Para Paulo Montabone, diretor da Fenasucro & Agrocana, acolher projetos como a Expedição Cana Substantivo Feminino está em sintonia com o propósito da feira, que é estimular cada vez mais a participação feminina no setor, promovendo maior equidade, o que beneficiará, cada vez mais, o desenvolvimento de toda cadeia sucroenergética. 

Competência 

Segundo Luciana Paiva, idealizadora e organizadora da Expedição, esta é uma grande oportunidade para se apresentar para diferentes profissionais do setor a Fenasucro, o maior evento de tecnologia bioenergética do mundo, além de abrir espaço para as mulheres nesse espaço. 

“Queremos que cada vez mais a mulher marque presença na Fenasucro, assim como já está cada vez mais presente em todas as áreas do setor”, afirma Luciana. 

Pesquisadoras 

Durante a visita das mulheres à feira, a pesquisadora Márcia Mutton, da Unesp Jaboticabal, confidenciou sua alegria por ver o Cana Substantivo Feminino cada vez mais sólido e contando com a presença de um número cada vez maior de mulheres. “É muito bom ver o verde do agro sendo pintado de rosa. Em momentos como esse conseguimos mostrar o nosso trabalho, a nossa competência e a força que movimenta o trabalho de cada uma de nós”, ressaltou. 

Para Márcia, o que as mulheres do setor sucroenergético querem é mostrar, assim como os homens, que são capazes de trabalhar, estudar, publicar pesquisas, ser mãe, esposa, namorada. “Queremos sempre mostrar que podemos produzir e com competência.” 

Na opinião de Monalisa Carneiro, pesquisadora da Ufscar Ridesa, a Expedição Cana Substantivo Feminino é uma ação muito interessante de promover a inclusão das mulheres neste setor. “Ao fazermos visitas a diferentes estandes, podemos conhecer mais sobre esse segmento e perceber o quanto as mulheres estão cada vez mais presentes, tanto na agrícola como na indústria. “Agora espero voltar nos próximos anos e ver que esse número de mulheres não para de crescer”, afirmou Monalisa ao visitar a feira. 

Profissionais de usinas 

Jéssica Cagliari, da Usina Diana, também ficou muito feliz com a oportunidade de participar da Expedição. “É sensacional participar desta iniciativa. A mulher nunca teve tanto destaque no setor como teve hoje e muito por conta de ações como esta, promovida pela equipe da Luciana Paiva”, destacou. 

“Para que consigamos conquistar mais espaços, é importante que nós, mulheres, participemos de espaços como esse, que sejamos ativas. Temos que ter nossos espaços. E ainda agradeço muito a empresas e entidades, como o CEISE, por estimularem, de diferentes formas, a presença feminina no setor”, ressaltou Jéssica. 

De acordo com Grécia Santos, da Usina Batatais, o Cana Substantivo Feminino faz parte de um grande movimento de engajamento de mulheres no setor. “E na Fenasucro deste ano percebemos o quanto está aumentando a participação das mulheres, com apoio cada vez maior de empresas e instituições”, relatou. 

Modelo de sucesso 

Profissional da área de sustentabilidade, Iza Barbosa atua há muitos anos na agroindústria sucroenergética e, por isso, acompanha de perto o papel crescente da mulher nas diferentes esferas do setor. “E a Fenasucro 2023 faz parte desta história de conquista da mulher na agroindústria canavieira. Afinal, são 60 profissionais que têm a oportunidade de aprenderem mais sobre esta cadeia, de trocarem conhecimento, de perceberem que podem conhecer novos exemplos de protagonismo feminino”, disse Iza. 

E uma referência para as mulheres do setor é exatamente Rosana Amadeu, que é a primeira mulher presidente do CEISE Br. “Desta entidade é um marco para o setor e mais uma vez se torna referência ao eleger uma mulher para a presidência. E aproveitamos mais uma edição da Expedição Cana Substantivo Feminino para homenagear esta mulher, que não é apenas nossa anfitriã no CEISE, mas também se torna um modelo para as profissionais que querem ter sucesso neste setor”, finalizou. 

Visita ao estande da Copercana 

A 6ª Expedição Cana Substantivo Feminino na Fenasucro foi finalizada no estande da Copercana/Sicoob Cocred. Para Carla Rossini, gerente de Marketing, Comunicação e Eventos da Copercana, receber esse grupo de profissionais do setor é uma grande satisfação. “Sabemos da importância das mulheres no agro e queremos contribuir para que elas sejam cada vez mais numerosas nas mais diferentes áreas do setor. Essa iniciativa está em sintonia com a nossa preocupação na Copercana, onde estamos trabalhando para aumentar a presença feminina”, relatou.

E o resultado da iniciativa não poderia ser melhor. “Foi um dia fantástico, em que pudemos proporcionar para mulheres de diferentes áreas momentos de networking, troca de conhecimento, acesso a inovações e muita troca de energia. Obrigado pela oportunidade”, finalizou Rosana. 

“Reforma Tributária, Governança e Mulheres no Agro” 

Segundo Claudia Tonielo, diretora de RH do Grupo Virálcool e 3ª Conselheira do CEISE Br, a Expedição Cana Substantivo Feminino foi, mais uma vez, uma grande experiência tanto para as profissionais do setor, como para as empresas e instituições que as acolheram. 

A Expedição acabou sendo um aquecimento para uma outra atividade que ocorrerá na Fenasucro 2023: o encontro “Reforma, Governança e Mulheres no Agro: Lideranças em Transformação”. “Será um grande momento em que teremos a presença de mulheres do setor para debater temas que todos precisamos dominar com bastante profundidade, como a reforma tributária”, frisou Claudia. 

Promovido pelo LIDE Ribeirão Preto, o encontro será na próxima sexta-feira, dia 18 de agosto, às 14h.

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